Este é um assunto complicado de discutir e até o presente momento não consegui formar uma opinião final sobre ele só posso escrever algumas idéias e opiniões que acerca a polêmica. As grandes editoras como Marvel e DC já se posicionaram contra a prática seguindo o mesmo exemplo da indústria fonográfica.
Para começar estava analisando algumas revistas antigas que tenho arquivadas por aqui uma delas por exemplo é a "A Morte do Capitão Stacy" publicada na Teia do Aranha em 1990 pela editora Abril por 10 cruzeiros. Por ser um evento importante na vida do Aracnídeo a história já foi republicada em 2001, 2004. Agora analisamos se eu não tive-se esta edição ou outras como faria para ler ela hoje, se for até a banca e pedir uma edição dessas seria motivo de piada e o mesmo se eu liga-se para a editora, devido ela ter saído de circulação a muito tempo. Minha opção seria recorrer aos sebos garimpando o que levaria um bom tempo, isto se tivesse sucesso na busca e ainda poderia obter edições como capas destruídas e miolos devorados por traças, páginas rasgadas ou a falta delas, sem dizer outras coisas estranhas que se pode achar nela já cheguei a ver vestígios de sangue, existem os sebos especializados ou colecionadores que negociam edições marcos para obterem lucros muitas vezes exorbitantes. É nesta hora que um Scan poderia por um leitor a par do acontecimento, seja por uma citação em alguma revista, site blog ou uma simples conversa com algum amigo sobre o assunto.
Vejam que citei apenas revistas antigas, mas acontece que revistas recém lançadas estão sendo transformadas em Scans também, é publicado uma edição hoje e no dia seguinte é possível ter a edição na tela do computador, muitos alegam que isto pode reduzir a venda dos quadrinhos, outros dizem que pode ser um meio de divulgação. Lembro que há um tempo atrás gastei muita grana com quadrinhos de qualidade ruim, eram revistas com arte sequencial com historias muito fracas é algo que não resiste mais nos dias de hoje, ninguém vai comprar uma revista só porque o Homem de Ferro vai encontrar o Homem Aranha pela 15º vez ou porque tem uma capa com a imagem do Venom, pelo menos leitores mais experientes não. As Scans podem alertar os leitores a fugirem deste tipo de tranqueira e o medo da editora pode estar nisto, já que este seria o pessoal que consome mais, os menos experientes continuaram a cair na armadilha. O problema maior que vejo seria das editoras nacionais que demoram até mais de uma ano para trazer um material que esta sendo lido hoje, em muitos casos o leitor que já viu o Scan pode se desinteressar pelo assunto devido ao longo prazo. Demorou para brigar por lançamento mundial como estão fazendo com os filmes, só que o risco é maior, principalmente por não permitir pesquisa da recepção no mercado externo antes de trazer a obra para cá.
Você já leu Scan? Sim, não sou hipócrita de omitir até o presente momento li 8 antigas edições do Monstro do Pântano da era Alan Moore (nunca diria isto a ele pessoalmente, eu poderia sofrer um atentado) completando o que havia lido por acaso em uma biblioteca pública (que sorte, hein!) e um Mangá que está sendo publicado no Brasil que contarei em um próximo texto. Não me critique! Ao conhecer o material via Scan comprei todas edições e continuo comprando. Uma das responsabilidade do leitor é comprar o material que lhe agrada e também ajudar a divulgar.
Porque a indústria não iniciam um experimento como um serviço on-line para visualizarmos as HQs? Poderia começar com quadrinhos antigos pagando uma pequena taxa mensal, se notassem muitos pageviews poderiam publicar um edição de luxo, o mesmo poderia ser feito para personagens experimentais para analisar a recepção do público. Dependendo do sucesso poderia começar a ser feito com os quadrinhos atuais, não é preciso dizer que através de enquetes e comportamento é possível descobrir o perfil de cada cliente e assim oferecer o que ele esta propenso a consumir maximizando as vendas em todos os sentidos, fora as propagandas que poderiam ser vinculadas. Alguns leitores talvez usariam somente a internet, mas muitos continuariam a comprar suas edições afinal ler na tela de computador nunca vai ser igual a ler a revista na sua forma tradicional no papel, esta mescla poderia atrair um público que nunca pensou em consumir HQs.
Imagino um modelo deste tipo para os quadrinhos nacionais que são tão desprezados nos dias de hoje, gostaria de ler obras do Eugênio Colonesse, Mozart Couto, Watson Portela na época de ouro do quadrinho brasileiro. Eu vou ter que esperar a boa vontade de um relançamento quando eu tiver 70 anos de idade. Porra o pessoal quer consumir agora, tem que ter um consenso onde todos ganham seria a chance de reviver certos personagens e retomar o mercado, o modelo Web que relativamente tem um custo mais baixo poderia desbravar fronteiras, basta ser multi-idioma, nos dias de hoje consumir material de qualidade, aprender e conhecer sobre outras culturas é algo que está se tornando bem comum para consumidores de outros países, seja por estagnação de idéias ou uso exaustivo das mesmas fórmulas pelo mercado internacional das grandes editoras.
Creio que como aconteceu como os Mp3 e Filmes, os Scans não vão parar e a indústria vai ter que mudar, mas por enquanto cabe aos scanners divulgar e sempre incentivar o leitor a comprar o material na sua forma original.
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